segunda-feira, 3 de março de 2014

Não há flores na mangueira.


Por esses dias eu vi flores de diversas cores numa mangueira quando andava pela cidade. Meus olhos se encheram de lágrimas pois veio a memória uma prima que por um momento de fraqueza, e não a culpo por isso, decidiu fechar os olhos e adormecer antes do tempo. Não em um sono que se acorda com o tic-tac do relógio ao amanhecer, tão pouco aquele sono que te faz despertar com o pular e abraçar das crianças na cama – Nesse sono não há mais abraços, não há mais sorrisos, não há mais crianças...
Sabemos o quanto é complicado lidar com as pessoas em nosso dia a dia. São tantas as diferenças pessoais que por vezes nos expelem uns dos outros. Mas essas pessoas que passam por nossas vidas por menos intimas que sejam, por menos prazeres que nos deem e menos alegria que nos tragam, sempre deixam seu nome assinado no registro de visitantes da vida, da nossa vida.
Como pode um pequeno detalhe do meu dia me trazer tamanha lembranças? Como pode uma arvore na estrada abalar minha estrutura?
Minha prima, que também era minha vizinha, toda época de festa, enchia a mangueira do quintal com flores. Muitas flores coloridas, todas feitas de tampinhas de garrafas... Ha um tempo atrás algumas flores ainda estavam lá, na mangueira quase intacta...
As festas não são a mesma coisa. Não há flores na mangueira, não tem luz para iluminar e clarear quando a noite cai. Agora a árvore não tem cor, não tem flores, não vida. E ela, que com seu jeito alegre e gritante e por vezes irritante, nos presenteava com suas belas flores, hoje dorme e não pode ver suas sementes florescerem em vida.

Beijomeliga!

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