sábado, 1 de março de 2014

É o fim da canseira (...)


Dando abertura a festa popular mais esperada (não!) do ano, denominada carnaval, começamos mais um mês que tira desse ano o título de novo (sabemos que o ano só começa de fato, após o carnaval... Exceto para as empresas de cobrança). As festas de rua estão rolando, o povo  esta dançando, os gringos se acabando e acreditem o "lepo Lepo" esta bombando. 
Nas praças lotadas correm as crianças pintadas, senhoras assanhadas, meninos de saia e tomara que caia, meninas mulheres, tambores no chão, barulho, bagunça e muita animação...
E é assim que iniciamos mais um mês, com o astral lá em cima e com as águas de março sambando nas ruas para nos mostrar que a brincadeira esta cessando, a festa acabando, e o outono, que já esta batendo à porta para esfriar o lugar que lhe é de direito neste período, esta chegando com tudo. 
Vinte de março, o dia tão desejado, esta descendo os degraus da escada do tempo para fazer a mudança através da dança das estações. 
Aproveite este espaço de tempo para limpar o guarda-roupa do quarto e da alma. Tire tudo que te incomoda, tudo que não lhe serve mais ou lhe trás estranheza e jogue fora. Esta apertado? Doe. Nunca foi usado? Venda. Te trás tristeza? Esqueça. 
Aproveite o processo de mudança da estação para trazer a mudança para o coração. Fique com o que te aquece, que não te esquece e te faz sentir bem.
Um guarda-roupas organizado alegra a seu dono. 
Um coração limpo e com gozo alegra a todos!

Para ir um pouco na contramão dos "embalos do Lepo Lepo à noite", porque definitivamente carnaval não é o meu forte, vou de Tom. Vem comigo!
                       
 Águas de Março
É pau, é pedra, é o fim do caminho/ É um resto de toco, é um pouco sozinho/ É um caco de vidro, é a vida, é o sol/ É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol/ É peroba do campo, é o nó da madeira/Caingá, candeia, é o Matita Pereira/ É madeira de vento, tombo da ribanceira/ É o mistério profundo, é o queira ou não queira/ É o vento ventando, é o fim da ladeira/ É a viga, é o vão, festa da cumueira/ É a chuva chovendo, é conversa ribeira/ Das águas de março, é o fim da canseira/ É opé, é o chão, é a marcha estradeira/ Passarinho na mão, pedra de atiradeira/ É uma ave no céu, é uma ave no chão/ É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão/ É o fundo do poço, é o fim do caminho/ No rosto o desgosto, é um pouco sozinho/ É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto/ É um pingo pingando, é uma conta, é um conto/ É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando/ É a luz da manhã, é o tijolo chegando/ É a lenha, é o dia, é o fim da picada/ É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada/ É o projeto da casa, é o corpo na cama/ É o carro enguiçado, é a lama, é a lama/ É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã/ É um resto de mato, na luz da manhã/ São as águas de março fechando o verão/ É a promessa de vida no teu coração/ É uma cobra, é um pau, é João, é José/É um espinho na mão, é um corte no pé/ São as águas de março fechando o verão,/ É a promessa de vida no teu coração/ É pau, é pedra, é o fim do caminho/ É um resto de toco, é um pouco sozinho/ É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã/ É um belo horizonte, é uma febre terçã/ São as águas de março fechando o verão/ É a promessa de vida no teu coração/ Pau, pedra, fim, caminho/ Resto, toco, pouco, sozinho/ Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol/ São as águas de março fechando o verão/ É a promessa de vida no teu coração.

Ei você, pronto para as mudanças? 

Beijomeliga!

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