quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mendigando amor.

   
   Preciso dizer: como eu venho vendo amigas sofrendo por homens! E são homens que até as pilastras da boate sabem: não querem nada além de sexo ou de passatempo. Não querem amor.
      Pois eu lhes digo: é nesse corredor, é nessa boate que o canalha vive e se dá bem. Sim, sim, eu vejo mesmo, meninas. Vejo amigas que cerram os olhos para a alegria, ficando presas – e parece que há algum prazer nisso, ou uma doidice – a rapazes que nada querem.
     Mas percebam o outro lado dessa questão. Não são apenas as moças desesperadas e com fome de amor que sofrem. Os rapazes também passam péssimos bocados. Falo agora dos bons rapazes.
     Ah, vocês precisam ver o quanto são atormentados os homens que não são assim, canalhas! Porque eis um sofrimento que muitos machos compartilham: eles não entendem (e eu também não) por que vocês quase sempre caem primeiro na lábia mais pamonha, na paquera mais mendaz, na cantada mais ralé, no papo mais fajuto, enquanto "o certo" espera ali no canto, cheio de amor e de vergonha.
      Meninas, saibam: nem todo homem é rápido. Nem todo homem tem atitude. Ou melhor dizendo: a maioria dos caras é devagar. A maioria dos caras, quando sente o coração palpitar, se recolhe. Respira. Acha o fôlego. E, desgraça: muitas vezes, enquanto ele busca esse fôlego, é o tempo de um outro rapaz, de vida leve e sem vontade de amar, tomar a frente e ganhar a moça.
      No amor, a gente se move lentamente, aceitando que o coração sambando causa timidez.
       O amor nos faz mais lentos. Não esqueçam.

Pelo sincero: J. Antônio.

Beijomeliga!

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